Ao longo da história as transformações políticas, econômicas e sociais vividas pelo país causaram modificações na estrutura e quantidade da população. O distrito de Piedade do Paraopeba é um exemplo vivo dessas transformações e sua população é orgulho para o Estado de Minas Gerais por expressar diversidade cultural dos povos que formaram sua comunidade. A Região da bacia do Paraopeba foi habitada originalmente por comunidades indígenas. Segundo o professor mestre Antônio de Paiva Moura em publicação no Jornal Circuito Notícias em dezembro de 2006:

 

A região que constitui hoje o município de Brumadinho era propício a habitações sedentária dos indígenas: Abundância de frutos naturais para a coleta; abundância de peixes para a pesca, rica fauna para caça e terras próprias para culturas de gramíneos.

 

 

Os portugueses foram outro povo que estiveram presentes na região; com a autorização do rei de Portugal Bandeiras de exploração foram formadas e a de Fernão Dias foi a primeira a chegar à região. Segundo os relatos de Jardim sobre as primeiras comitivas:

 

 A primeira leva é 1673 foi chefiada por Matias Cardoso de Almeida contendo 125 homens, sendo 120 índios escravos. Em 1674, Bartolomeu da Cunha Gago partiu com seus 31 homens para as regiões que hoje é Minas Gerais. Em 21 de julho de1674 parte a comitiva de Fernão Dias contendo 1241 homens, com apenas 40 brancos.

 

Não há relatos do número de mulheres, contudo com os dois anos das primeiras comitivas tem-se uma população local no total de 1366 homens sendo 1321 escravos indígenas e 45 homens brancos. Como a primeira comitiva firmou-se por sete anos para os preparativos para Fernão Dias conclui-se que os homens tomavam as mulheres indígenas da região sendo assim os primeiros habitantes os remanescentes da bandeira de Fernão Dias com índios locais. Sem os registros históricos não se tem um número exato da população contando com as mulheres e crianças, mas estima-se que seja em torno de 2 mil pessoas.

 

 

Com a descoberta do ouro nas Minas Gerais no século XVII, o estado bem como a região de Piedade do Paraopeba recebeu um grande contingente populacional para exploração do ouro, principalmente de mão de obra sendo assim consolidados os primeiros povoados como relata Jardim:

 

Foi nessa fase de dispersão do povoamento que o vale do Paraopeba foi definitivamente ocupado. São da época a fundação dos povoados históricos do município de Brumadinho, São José do Paraopeba, Aranha e Brumado do Paraopeba e a consolidação de Piedade do Paraopeba.

 

Pode-se então especular que com a consolidação dos povoados houve não somente a miscigenação de povos e formação de uma nova população, bem como diminuição das populações locais indígenas, uma vez que doenças trazidas pelos homens brancos faziam aumentar a mortalidade. Não somente doenças, mas a busca por mulheres e a ocupação de áreas e conflitos por ela gerados, a escravização dos indígenas possivelmente ocasionou sua drástica diminuição.

 

Logo com a necessidade de mão de obra escrava, sem o contingente satisfatório de indígenas e a exploração de ouro aumentando a região passou a receber centenas de imigrantes principalmente povos africanos escravizados que não só pelo seu trabalho, mas também pelo seu conhecimento em fundição de metais e técnicas e ferramentas como a pateia foram forçados a migrar de seus países.

 

Esses negros escravizados vieram de várias regiões (países) do oeste africano, em uma das maiores diásporas da história da humanidade onde milhões foram forçados migrar para o continente americano, sendo assim Piedade do Paraopeba tem em sua formação o exemplo claro de migração externa de movimento permanente.

 

As principais obras arquitetônicas e culturais do distrito a Matriz de Nossa Senhora da Piedade (igreja dos senhores) e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (igreja dos negros escravizados) foram construídas pelos escravos. Com a lei Aurea houve a formação na região de comunidades de ex-escravos sendo a mais conhecida à comunidade do Sapé.

 

Assim a formação inicial da população era de índios, negros escravizados e portugueses. Pela suntuosidade da igreja matriz estima-se que a economia local era forte e a população grande principalmente pelo fato do distrito era o centro de abastecimento da região configurando assim movimentos temporários tento de pessoas que só iam pra abastecer-se de mercadorias, por motivos religiosos ou de passagem para outras regiões.

 

Atualmente processos como o de expansão do vetor sul de crescimento da RMBH bem como o aumento do tecido urbano e o aumento do número de condomínios tem trago mudanças a população local que passou por muito tempo em certa estabilidade. Como é mostrado pelos dados abaixo numa visão geral do município de Brumadinho: