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DIVERSIDADE DE POVOS
 E A FORMAÇÃO DE UMA CULTURA SINGULAR

INDÍGENAS
 

Os primeiros habitantes da região central de Minas Gerais foram os índios Cataguases, tais índios estavam situados nos vales do Paraopeba e Rio das Velhas, sendo que dentro dos grupos dos índios Cataguases havia um subgrupo que compunham os índios carijós que viviam nas nascentes do Paraopeba. Eles tiveram um importante papel nessas comitivas, devido ao conhecimento da região.

 

A região que constitui hoje o município de Brumadinho era propício às habitações sedentária dos indígenas: Abundância de frutos naturais para a coleta; abundância de peixes para a pesca, rica fauna para caça e terras próprias para culturas de gramíneos.

 

Os povos indígenas que estavam em Piedade do Paraopeba contribuíram muito com o cultivo de culturas que serviram para alimentar a Bandeira, como milho, mandioca e inhame. Apesar da perca de grandes registros físicos indígenas na região não serem mais encontrados, é perceptível mesmo que de forma miscigenada a influencia da cultura indígena nos pratos feitos ainda hoje, principalmente no uso da farinha de mandioca (que fazia parte do cardápio dos bandeirantes) e uso de chás com plantas como aroeira, que era utilizado pelos índios para infecção e cicatrização.

 

Fato comprovado em entrevista a moradora Maria Celestina de 68 anos que ressalta que “sempre é bom ter um pezinho de alguma planta em casa pra caso de precisar faze chá pra curar algum mal estar né, aqui em casa quando algum neto meu machuca uso aroeira num unguento pra fecha o machucado e o chá pra beber caso for infecção de urina essas coisas”.

PORTUGUESES

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A contribuição e influência da cultura portuguesa na comunidade local foram e são notórias, principalmente no aspecto religioso que é marca registrada até mesmo no nome do distrito onde Piedade faz alusão a Nossa senhora da Piedade, santa cultuada por muitos devotos católicos, de maioria portuguesa, uma vez que a coroa impunha o batismo e a catequização dos índios escravizados.

 

Os portugueses quando migraram para a região trouxeram especiarias, mas seu destaque fica mesmo na fabricação de doces, fato observado na fala de Silvana Sampaio, 54 anos, dona de casa, descendente de portugueses, que vieram para Piedade através da descoberta do ouro na região, e vive em uma casa que tem mais de 100 anos, que preserva as características originais da construção com o estilo arquitetônico da época.

 

Ela relata: “por sermos descendentes de portugueses, o prato mais comum na nossa família são os doces, compotas de doce de leite, figo, doce de goiaba, mas por ser algo de família agente não repassa a receita assim pra qualquer um não”.

 

Infelizmente por não ser um patrimônio tombado, as poucas residências que ainda preservam alguma característica pré-barroca, estão se perdendo pela ação do tempo e sendo derrubadas e reconstruídas em outro estilo. Um triste cenário, uma vez que tais construções são expressões físicas da história e marca de uma cultura, que influenciou diretamente a comunidade local.

POVOS AFRICANOS
 

Com a explosão da descoberta do ouro nas Minas Gerais um grande fluxo migratório de pessoas vieram para essas regiões, dentre elas centenas de povos africanos na condição de escravos.

 

Nos primórdios de sua história, o trabalho escravo foi fundamental na constituição deste território. O negro era tão essencial que havia nos territórios de Brumadinho, uma fazenda que apoiava sua economia no comércio de escravos. Esta fazenda localiza-se nas proximidades de Marinhos, em Brumadinho. Na sua construção foram usadas mãos de obra escravista, sendo conhecida por Fazenda dos Martins.

 

Um artigo publicado no jornal Estado de Minas, de 18/08/1976, sem indicação de autoria, afirma que a fazenda foi construída por um dos bandeirantes componentes da expedição de Fernão Dias Pais. Uma neta do bandeirante casou-se com Manoel Rodrigues Rabelo, que se tornou um grande comerciante de escravos. Isso explica, na verdade, o porquê da grandiosa senzala existente nos fundos da casa, hoje em ruínas.

 

Com a abolição dos escravos da fazenda dos Martins e de fazendas vizinhas, essas pessoas se uniram a um escravo de nome João Borges que era provindo da “Fazenda do Carmo”, ele foi liberto e recebeu de seu senhor, o Major Jacinto Gomes do Carmo, o território que vive a comunidade do Sapé, os escravos libertos de fazendas vizinhas viveram nessa comunidade, mantendo assim os laços culturais, e os troncos raciais até a contemporaneidade,

 

Logo o famoso Quilombo do Sapé foi formado não como ponto de fuga de escravos fugidos, mas no período após a abolição, recebendo o nome de quilombo, devido ser formado de pessoas negras de origem escravista. Esta comunidade influenciou toda a região, inclusive em Piedade do Paraopeba, que recebeu muitos desses quilombolas que levaram consigo seus traços culturais que se fundiram à comunidade local.

 

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